Paráfrase infeliz

Publicitário, Juvêncio de Arruda comenta a nota Livro (7), do advogado Maurício Leal Dias:

Sorry, Maurício. Sempre usei o termo "paráfrase" com a liberdade que você usou hoje. Mas fiquei táo surpreso, sou um modesto estudioso de Marx, que até "paráfrases" sobre ele atraem minha atenção.

E fui aos dicionários. Caraca! Desconfio que ele ficaria furioso ao ver que seu axioma "a luta de classes é o motor da história" fosse objeto de uma interpretação tão irresponsável assim.

Torço para que a "paráfrase" tenha sido do Geraldo, e não de V.Sa. Ademais, pouco importa quem começou a corrupção. Neste raciocínio, também não foi o PSDB. O PT apenas parafraseou a porcaria toda.

Lamento, Maurício, já pensei muito sobre isso. Não há consolo. E já que voce é dvogado, permita-me lembrar outro axioma, já por mim declinado aqui no blog, de autoria de José Paulo Bisol, o ex-senador e juiz aposentado: não há meio termo entre a lei e o crime.

O PT precisa de tudo, menos de paráfrases. Marx, digo-lhe com tranquilidade, as dispensa.

Comentários

Anônimo disse…
Companheiro Juvêncio,
Com a devida vênia, pelo visto não é só o dicionário q vossa senhoria deveria consultar. Antes de emitir a tua opinião, deverias, também, ler como mais atenção o meu comentário e veras q a Paráfrase é do Antônio Bulhões (estava equivocado, grafei anteriormente Geraldo e não Antônio, desculpa).
Pois, pois, o olhar histórico do autor demonstra q a corrupção impulsionou a construção dos grandes impérios do mundo ocidental e oriental, bem como, motivou as suas derrocadas. Recomendo o livro para reflexão sobre o momento atual e não para seguir qualquer receita ou dogma, o que é mais afeto ao leitores das orelhas de livro (hábito comum entre os marxistas de axila). Querendo adquirir o livro eis a dica da Editora, Siciliano. Não te empresto pq o livro sumiu da minha estante :(
Agora, cá entre nós, quanto a frase do Bisol "não há meio termo entre a lei e o crime", ser um axioma, tenho minhas dúvidas (consulte a Jurisprudência do STF e do STJ e saberás o que digo). De minha parte, sobre o "meio termo" prefiro a indagação de Aristóteles em sua Ética a Nicomâco, resgatada pela Teoria da Justiça contemporânea (princípío da proporcionalidade), “o que é o justo: o proporcional; e o injusto é o que viola a proporção. Desse modo, um dos termos torna-se grande demais e o outro demasiado pequeno, como realmente acontece na prática; porque o homem que age injustamente tem excesso e o que é injustamente tratado tem demasiado pouco do que é bom”
Obrigado pelo debate !!!
Abraços,
Maurício Leal Dias
Unknown disse…
Maurício,
Grato pela atenção e remissões.
Quem sabe o mesmo equívoco que me levou à incerteza da autoria da paráfrase não foi o que lhe conduziu a grafar erradamente o nome do autor,qual seja,a pressa,eterna inimiga da revisão como dizemos no jargão jornalístico.
De qualquer forma cumprimento-lhe pela rapidez com que corrigiu meu equívoco.
Suas dúvidas sobre o axioma de Bisol tem procedência.Com efeito tanto o STF ou o STJ não tem dado bons exemplos,de jurisprudencia ou de sentenças.Mas é o que temos.
O fato da corrupção ter impulsionado ou erodido impérios é tão relevante quanto as razões de natureza pessoal (amantes,demência,alcoolismo,doenças,acasos e outros vieses de matiz antropológico.
Claro está que a corrupção,como essas outras possíveis óticas, instala-se nos poros de questões, interesses e contextos muito mais amplos.A luta de classes,por exemplo,desafortunadamente objeto da infeliz paráfrase de seu denso livro de cabeceira na ilha deserta.
Asseguro-lhe que as dinamicas economicas são lentes muito mais seguras e perenes quando se analisa a construção ou derrocada de sociedades.
As insinuações do "marxismo de axila" ou dos leitores de "orelhas de livros",tão ao gosto fugidio dos sofistas, passam ao largo e lançam luzes na forma como recebeu minhas críticas.
Longe de ser um exegeta,sustento minhas opiniões a respeito das categorias marxistas em 28 disciplinas de pós-graduação "strictu sensu",nas melhores casas do país.Permita-me decliná-las:IEI/UFRJ,IFCH/UNICAMP e Metodista de São Bernardo.
Sobre meio termo e o princípio da proporcionalidade,e sua elegante citação aristotélica,esclareço que o recurso a Bisol foi contextual,a saber, em cima das razões que lhe tem levado a amarguras com os desdobramentos da crise política.
Um furto famélico,por exemplo, certamente se enquadraria no meio termo a que se voce se refere.
Também lhe sou agradecido pelo debate.