Inclusão digital

De Pedro Ivo Dantas, sobre o post Baba, Santarém...:

Concordo com os comentários acima, a tecnologia de wi-max já é uma realidade e está se popularizando um várias partes do mundo. Ela pode ser especialmente útil para países como o nosso, pois permite dispensar as dispendiosas redes de conexão físicas, ou seja, as redes de cabos nas quais os países avançados tiveram que investir no passado. Assim, através de uma conjugação de tecnologias wireless é possível atingir-se um grau de conectividade pleno a um custo mínimo!

Agora, se somente isso (oferecer acesso à internet) constitui ou não inclusão digital, como também foi levantado nos outros comentários, é uma questão bastante pertinente. De que adianta acesso a internet para pessoas que não sabem interpretar um texto como esses que pipocam aqui no blog todo dia? Vão ser simplesmente mais massa usuária dos orkuts/chats da vida?

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns pelos comentários Prof. Pedro Ivo. É bom ter a participação de um jovem especialista neste debate.

A inclusão digital passa necessariamente pela inclusão intelectual. De fato, de nada adianta expor nossos jovens à internet se os mesmos mal sabem ler e interpretar textos e com isso saber obter as informações de fontes diferentes, formando assim uma população mais consciente, responsável e participativa.

Ninguém discute a necessidade de oferecer e disponibilizar redes de acesso rápido, em banda larga, para que não fiquemos à margem da evolução mundial e das facilidades de pesquisa e interação entre professores e pesquisadores, principalmente da rede pública de educação.

A democratização do acesso à informação por parte das populações mais carentes passa pela melhoria, barateamento e acessibilidade do acesso para que o abismo que tanto separa as classes sociais menos favorecidas das que tem condições de acesso não se amplie e aumente ainda mais nossas diferenças sociais que tanto atraso geram ao país.

Quanto às conexões físicas, gostaria de saber se é verdade que quando foi instalado o linhão de tucuruí, foi instalado junto uma linha de fibra óptica na alma de um dos cabos que interligaria Santarém e as cidades atendidas pelo linhão com a possibilidade de integração nos troncos (backbones) de fibra óptica nacionais. Não sei se é fato ou se é boato.

Santarém tem um grande gargalo de conexão aos sistemas nacionais de telecomunicações, tanto pra telefonia quanto para internet, impossibilitanto o uso de ferramentas muito eficientes como voz sobre Ip e videoconferência por falta de capacidade de transmissão de dados. Se houver, de fato, esse cabo de fibra óptica junto ao linhão, o que é que está faltando para termos uma comunicação rápida e estável com o resto do mundo?

Em outras cidades, como o caso de Parintins e as capitais, é possível ter internet banda Larga de alta velcidade por menos de um terço do valor da "meia banda" larga que temos disponível aqui em Santarém.

Caso não exista a tal linha de fibra óptica acompanhando o linhão, não custa lembrar que no final do século XIX, antes de haver televisão, rádio ou meios efetivos de "Tele" (distante) comunicação, a amazônia possuia um cabo submarino e subfluvial para interligar Manaus à bolsa de Londres. (Ouvi essa informação em Manaus e até hoje não li nada a respeito que confirmasse, também não sei se é fato ou boato). Ou seja, basta querer fazer e entender o valor estratégico que sistemas de comunicação eficietes podem trazer à nossa região.

Desta forma, bastaria aos governos dos municípios das margens do rio amazonas, de Benjamin Constant à Belém, organizarem-se para instalar uma rede subfluvial de fibra óptica de interligação entre as cidades ribeirinhas como tronco principal e aproveitar a idéia da conexão WiMax para popularizar e baratear o processo de conexão por todos os cidadãos.

Fica aqui uma proposta aos futuros candidatos eleitos para que lutem por esta causa e um convite ao Jeso para que lute por esta idéia, já que com isso terá ainda mais leitores para seu Blog. Se for o caso Jeso, procure informar-se junto à Anatel se não existe uma obrigatoriedade das empresas privadas de telefonia de fornecer esse tipo de serviço. Só pra tirar dúvidas.

Abraço.
Anônimo disse…
A última edição da revista EXAME, que tem como manchete "Ignorância Mata", fala dos prejuízos que a indústria nacional tem em função da baixa qualidade do ensino fundamental no Brasil.
Além de fornecer dados valiosos sobre os investimentos em educação feitos no país em relação aos demais países em desenvolvimento.
O quadro é desanimador.
Vale como dica de leitura.
Anônimo disse…
A tecnologia WiMax pode revolucionar a comunicação nas pequenas cidades e cortar as longas distâncias na Amazônia. Essa tecnologia virou centro de uma acirrada disputa entre órgãos reguladores, governo e setor privado no Brasil. E não é à toa. A tecnologia, capaz de levar sinais de Internet em alta velocidade pelo ar e extinguir os cabos, pode abrir novas fronteiras para a Internet, a telefonia e até para sinais de televisão.

Imagine barcos ou ônibus que circulem conectados à Internet sem fio e prestem serviços sociais. Telefones sem fio de grande alcance que conversem com qualquer lugar do mundo a poucos centavos por minuto. Ou então caixinhas portáteis de TV que recebam o sinal onde quer que você esteja independente de cabos. Ou uma cidade pequena onde cada antena emita o sinal em um perímetro de 50 km

Estudos da consultoria Frost & Sullivan revelam que a tecnologia tem o potencial de levar Internet em alta velocidade para aproximadamente 2,8 milhões de brasileiros até 2010. Deste total, o 45% estaria concentrado na região Sudeste do país.
O número equivale a 65% das conexões de Internet rápidas atualmente instaladas no Brasil - 4,364 milhões segundo dados de pesquisa divulgada pela IDC Brasil em junho deste ano. E coincide por enquanto com uma ampla exclusão do interior, inclusive da Amazônia.

As empresas deste mercado (atuais ou novas) tendem a oferecer pacotes com serviços que vão além ao acesso à Internet, como a telefonia sobre IP - que custa muito mais barato. "Atualmente o acesso à banda larga custa em média de R$ 70 a R$ 80. Se novos operadores oferecerem acesso via WiMax por um preço semelhante, eles teriam uma vantagem competitiva [a portabilidade], e as teles seriam obrigadas a baixar o preço".
Se as teles comprarem as licenças de WiMax, essa redução de preço poderá não acontecer. Na prática, a taxa de penetração [da banda larga] continuará baixíssima, assim como acontece no mercado de TV por assinatura.

O WiMax fixo, padrão IEEE 802.16d, é o que teve o processo de licitação suspenso pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no último dia 04/09. Com ele, o usuário teria acesso à Internet a partir de um notebook, por exemplo, em qualquer ponto de um raio de até 50 quilômetros de uma antena ou ERB (Estação Rádio-Base).
Seria também uma das possibilidades mais fortes para a Amazônia, pois o padrão móvel precisa de um número mais constante de antenas.
O custo do modem WiMax, cerca de US$ 500, ainda é muito alto para um usuário doméstico. A tecnologia deve começar mesmo pelo mercado corporativo. Mas até 2009, o cenário será outro: "O mercado espera que esse modem caia para US$ 100 ou cerca de 200 reais, o que já permitiria aplicações residenciais e locais".
A Versão turbinada do Wi-Fi, já é testada em diversos pontos da Amazônia com projetos sociais. Na nossa região, o Projeto Saúde e Alegria já instalou dois tele-centros que já utilizam essa tecnologia, em comunidades ribeirinhas (na Resex e na Flona Tapajós).
Tibério Alloggio